Os eventos descritos no
livro de Ester ocorreram durante o reinado de Assuero (Xerxes), o pai do
Artaxerxes de Esdras 7. A massa de judeus permaneceu na terra de seu cativeiro,
apesar da proclamação de Ciro (Ed 1:1) ter saído mais de meio século antes. O
pequeno remanescente que retornara a uma Jerusalém arruinada tinha energia de
fé que não era vista entre os que ficaram em Babilônia. O nome de Deus não é
mencionado uma vez sequer neste livro, mas os caminhos de Deus certamente são.
Embora oculto, Ele libertará Seu povo – mesmo quando não puder mais reconhecê-lo
publicamente como tal. À medida que as cenas deste belo livro do cuidado
providencial de Deus se desenrolam, nós as encontramos organizadas exatamente
como Ele escolhe organizá-las.
Como resultado da
recusa da rainha Vasti em mostrar sua beleza (Es 1:11-12), ela é deixada de
lado e sua posição real é dada a outra melhor do que ela (Es 1:19) – Ester ou
Hadassa em hebraico – a prima de Mardoqueu, um cativo da tribo de Benjamim.
Ester era uma órfã judia, muito bonita e era como uma filha para Mardoqueu (Es
2:7).
Enquanto Ester é
trazida ao cento do palácio como rainha, Mardoqueu mantém uma posição
desprezada nos portões do rei – o relacionamento deles é desconhecido (Es 2:19-20).
Recusando-se a curvar-se diante de Hamã, o agagita (um amalequita; 1 Sm 15:8),
Mardoqueu incorre no ódio desse homem poderoso (Es 3:1-5). Em um dia, no décimo
terceiro dia do décimo segundo mês, todos os judeus do reino deveriam ser
exterminados – incluindo Ester – e, embora não mencionados especificamente, o
remanescente na província da Judeia (Es 3:13). Para Hamã, tudo parecia estar se
juntando; no entanto, o Observador dos homens organiza uma noite de vigília para
o rei. Talvez esperando ouvir sua própria grandeza, ele ouve dos registros do
estado como Mardoqueu salvou sua vida (Es 6:1-3). Mardoqueu deve ser exaltado,
o adversário dos judeus deve ser exposto e seus inimigos destruídos (Es 6-7). O
livro termina com Mardoqueu, promovido ao segundo lugar no reino (Es 10:3).
Embora a obediência de
Ester a seu primo, sua disposição de perder a vida por seu povo e a recusa de Mardoqueu
em se curvar a Hamã sejam atos de verdadeira fé, devemos lembrar de que a
providência não pode ser tomada como um guia para o exercício da fé. A fé não
olha para as circunstâncias, mas para o próprio Deus, e é guiada por Sua
Palavra. Embora a providência visse a Moisés nos juncos, foi pela fé que ele se
recusou a ser chamado filho da filha de Faraó (Hb 11:24).
Há muitas lições
práticas a serem encontradas em Ester, mas o assunto principal deste livro é o
povo terreno de Deus. A esposa gentia (Cristandade em sua responsabilidade Cristã)
falhou em mostrar sua beleza (Rm 11:21-24), e uma esposa judia a substituirá. O
opositor gentio dos judeus deve ser julgado, e o desprezado Mardoqueu – uma
figura de Cristo – deve ser exaltado como Cabeça sobre todas as coisas.
Muito precioso!
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