Paulo dirige esta carta
“às igrejas da Galácia” (Gl 1:2), uma província central da Ásia Menor.
Sabemos, segundo o livro de Atos, que Paulo viajou duas vezes por essa região,
em sua segunda jornada (At 16:6) e novamente em sua terceira (At 18:23). Os gálatas
eram principalmente gentios, nunca estiveram sob a lei, e foram trazidos para o
conhecimento de Deus pela pregação do evangelho.
A epístola aos Gálatas
é curta e vai direto ao ponto. O assunto é o mais crítico, a corrupção do
evangelho da graça de Deus. Havia aqueles que procurariam misturar o judaísmo
com o Cristianismo. O judaísmo era terrenal em caráter, adaptado ao homem na
carne. Cristianismo é celestial em caráter e põe totalmente de lado o homem na
carne.
Em particular, havia
aqueles que questionavam o apostolado de Paulo. Afinal, ele não tinha recebido
suas credenciais daqueles em Jerusalém (centro terreno do judaísmo). No
entanto, ao rejeitarem Paulo, rejeitaram o evangelho recebido pela revelação de
Jesus Cristo (Gl 1:12); sua fonte era celestial. Em segundo lugar, eles
procuraram colocar os crentes gálatas sob a lei, observando dias, meses, épocas
e anos (Gl 4:10), até mesmo insistindo sobre a circuncisão. Havia uma rejeição
em ser um gentio crente, a não ser que você fosse circuncidado na maneira do judeu
religioso (Gl 6:12).
Esboço
A breve introdução de
cinco versos no capítulo 1 é a chave para todo o livro. “Graça e paz da
parte de Deus Pai e da de nosso Senhor Jesus Cristo. O qual Se deu a Si mesmo
por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade
de Deus nosso Pai” (Gl 1:3-4). Fomos libertados deste presente mundo mau; qualquer
ensinamento que nos traga de volta a essa esfera é uma corrupção do evangelho.
Os dois primeiros
capítulos abordam o tema do apostolado de Paulo (recebido muito além dos
proeminentes em Jerusalém) e seu chamado especial como o apóstolo dos gentios (Gl
2:7). No terceiro capítulo temos a lei contrastada com graça e promessa. A lei,
vindo entre a promessa (Gn 12:3) e Cristo, de forma alguma anulou a promessa. A
fé e a bênção vão de mãos dadas, assim como a lei e a maldição (Gl 3:10, 14). O
quarto capítulo contrasta a condição legal de Israel sob a lei com os santos
sob a graça e Cristo. Deus enviou Seu filho para redimir os que estão sob a
lei, para que pudéssemos receber filiação (Gl 4:4-5).
O contraste entre o
espírito e a carne é o tema do quinto capítulo. A liberdade que desfrutamos não
nos dá licença para pecar. Reconhecendo isso, nossa tendência natural é
procurar conter a carne colocando-a sob a lei. Se a lei pudesse conter a carne,
então não haveria necessidade de graça (Gl 5:4). Pelo contrário, nos é dito “andai
em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5:16). Independentemente
da dispensação, o princípio solene permanece: “Não vos enganeis; Deus não Se
deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque
quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no
Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6:7-8 – AIBB).
O sexto capítulo
apresenta princípios práticos em que devemos continuar juntos. No Cristianismo
é a lei de Cristo: “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei
de Cristo” (Gl 6:2). Quanto à circuncisão, eles não deveriam incomodá-lo; o
apóstolo trazia em seu corpo as marcas do Senhor Jesus – cicatrizes físicas
recebidas por causa de sua fidelidade (Gl 6:17).
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