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sexta-feira, 1 de maio de 2020

Hebreus

A epístola aos Hebreus não traz o nome de nenhum escritor. Pelo contrário, o próprio Senhor é peculiarmente o Autor desta epístola: “Deus... falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hb 1:1). Cristo é visto como o apóstolo: “Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, Apóstolo e Sumo sacerdote da nossa confissão” (Hb 3:1).
O livro é escrito aos Hebreus – o ‘nós’ usado habitualmente por toda parte – um povo cujas esperanças eram terrenais. Eles procuraram um reino terrestre e um Messias terrestre, mas onde estava tudo isso agora? Esta epístola eleva os olhos para o céu. Lá vemos aqu’Ele de Quem está escrito: “Ó Deus, o Teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do Teu reino” (Hb 1:8, citado de Sl 45:6). Lá vemos Jesus “coroado de glória e de honra aqu’Ele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte” (Hb 2:9).
Para o judeu que havia recebido Jesus como Messias (Lc 24:21; At 19:1-4), isto era, sem dúvida, desconcertante. Contudo, por tudo o que os judeus valorizavam, coisas melhores são encontradas em Cristo: uma esperança melhor, uma aliança melhor, promessas melhores, um sacrifício melhor, no céu uma natureza permanente e melhor e um país melhor. Hebreus lhes abre coisas vistas apenas pela fé.
Para nós, num dia em que o Cristianismo se tornou uma religião terrena, a epístola aos Hebreus também nos leva para fora desta cena, por meio do véu rasgado, para dentro do próprio céu.
Infelizmente, havia aqueles que tinham sido participantes das maravilhas e milagres do Espírito Santo, mas estavam em perigo de rejeitar este testemunho, para voltar ao ritual morto do judaísmo. Isso é apostasia – ter chegado tão longe e depois se afastar da verdade. A graça rejeitada deixa o homem sem remédio.

Coisas Melhores

A epístola aos Hebreus segue uma linha de raciocínio facilmente discernível. Ela não é dirigida a uma assembleia e nem se ocupa questões de assembleia. Em vez disso, tem a forma de um tratado, seu propósito especial descrito acima.
No capítulo 1 temos o Filho de Deus: Sua glória como Filho e Messias, e Sua superioridade aos anjos. O capítulo 2 traz diante de nós o Filho do Homem: o Capitão da salvação e Santificador daqueles a quem chama de Seus irmãos. Entre os dois temos um parêntese: “se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme... como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram (Hb 2:2-3).
O capítulo 3 contrasta Cristo como Filho sobre Sua própria casa com Moisés; Isso nos leva à jornada do deserto. Muitos que deixaram o Egito não conseguiram entrar na terra de Canaã. Eles deviam tomar cuidado, para que eles também não encontrassem dentro de si o mesmo um coração de incredulidade. No capítulo 4, temos o assunto de descanso. Canaã era o seu destino, o seu descanso, mas há um descanso além da terra prometida – “Meu repouso” (Sl 95:11). Resta, então, um descanso para o povo de Deus. Tal como acontece com os que estão no deserto, temos um Sumo Sacerdote – Um que penetrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, que Se compadece de nossas enfermidades, tendo sido tentado em todas as coisas da mesma maneira, “à parte do pecado” (Hb 4:14-15 – JND)
O capítulo 5 desenvolve ainda mais o sacerdócio do Senhor Jesus, comparando e contrastando com o Sacerdócio Aarônico. Cristo glorificou não a Si mesmo para ser feito um Sumo sacerdote, mas Deus O nomeou Sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque (Sl 110:4). O escritor desenvolveria este assunto mais adiante, mas deve primeiramente abordar sobre o estado espiritual deles; eles tinham se tornado negligentes para ouvir. As coisas escritas anteriormente são tipos e sombras, mas eles não as entendiam.
O capítulo 6 é uma exortação a prosseguirmos ao que pertence ao crescimento completo” (Hb 6:1 – JND). Eles não eram ignorantes dos princípios da doutrina de Cristo – o Messias, o Ungido do Senhor (Hb 6:1). Não só isso, eles haviam testemunhado o poder do Espírito Santo, que por si só falava da glorificação do Senhor. Não havia como voltar atrás; as coisas anteriores seriam de nenhuma ajuda agora.
O capítulo 7 retoma o assunto do quinto. O sacerdócio de Melquisedeque é em todos os aspectos superior ao de Aarão. Abraão, de quem Aarão descendeu, pagou dízimos a Melquisedeque (Hb 7:9-10).
No capítulo 8, temos a nova aliança – uma melhor – estabelecida sobre melhores promessas, das quais Cristo é o Mediador. Este é um concerto que será feito com a casa de Israel (não a Igreja): “Porque este é o concerto que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor” (Hb 8:10). Um novo concerto necessariamente torna o anterior velho, pronto para desaparecer (Hb 8:13).
O capítulo 9 contrasta os sacrifícios da antiga aliança com o único, sacrifício perfeito de Cristo, um sacrifício que não dá entrada em um tabernáculo terrestre – que era uma figura do verdadeiro – mas no próprio céu (Hb 9:24).
O capítulo 10 continua com o tema do sacrifício, agora em sua aplicação ao crente. ... a lei... nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam”, mas, temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez” (Hb 10:1, 14).

O Caminho da Fé

A porção doutrinária termina com o versículo 18 do capítulo 11; o caminho da fé na prática segue. Como adoradores purificados, temos ousadia de entrar no santíssimo lugar pelo sangue de Jesus. O véu está rasgado, ou seja, Sua carne – o véu rasgado do templo confirmou o acesso que temos ao Santo dos santos, mas não foi o meio que proporcionou o acesso (Hb 10:19-20 – ARA).
Aqueles a quem a epístola é endereçada haviam sofrido perseguição, mas não poderia haver nenhum retorno – isso seria apostasia. O escritor, no entanto, poderia confiadamente dizer, “Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma” (Hb 10:39). No capítulo seis, o Espírito Santo é proeminente, no capítulo dez, o sacrifício de Cristo. Em cada caso o comportamento daqueles que tinham sido iluminados, é considerado. No versículo 39 do capítulo 10, vemos uma distinção entre aqueles “que creem para a conservação da alma” e aqueles que recuam, tendo apenas desfrutado as bênçãos (e que agora estavam experimentando a perseguição) de sua posição professada.
O justo deve viver pela fé (Hb 10:38, citado por Hc 2:4). A Palavra de Deus não pode e não vai falhar; Habacuque teve que aprender isso, assim como aqueles no capítulo 11. Cada um tinha que andar por fé, não por vista. “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas vendo-as de longe e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na Terra” (Hb 11:13).
No capítulo 12 empecilhos e pecado nos embaraçam; as dificuldades do caminho levam ao desencorajamento; as mãos ficam descaídas e os joelhos tornam-se débeis. Muito acima de todo o exemplo terrestre, temos Um em Quem fixamos o nosso olhar, e cujo caminho devemos considerar, Jesus na glória – o Autor e Consumador da fé. Temos também um Pai amoroso, que vê que não desviaremos para fora do caminho, que castiga aqueles a quem ama (cap. 12). “guia-me pelas veredas da justiça, por amor do Seu nome... a Tua vara e o Teu cajado me consolam” (Sl 23:3-4).
O velho reino terrestre e seu característico monte, o Sinai inacessível, são contrastados com o futuro reino milenar (Hb 12:18-24). O Sinai foi abalado com a entrega da lei, mas seu reino será estabelecido com a comoção (abalo) do céu e da Terra (Hb 12:26, citado de Ag 2:6-7). A graça não é um véu para o pecado, “porque o nosso Deus é um fogo consumidor” (Hb 12:29).
As exortações do capítulo 13 terminam o livro. Não poderia haver mistura do velho altar terrestre com o celestial. Cristo tinha padecido fora da porta; saiamos a Ele fora do arraial, levando Sua rejeição (Hb 13:10-14).

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