quarta-feira, 10 de junho de 2020

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sexta-feira, 1 de maio de 2020

Apocalipse

O apóstolo João escreveu este, o livro final das Santas Escrituras, enquanto exilado na ilha grega de Patmos. É a “Revelação de Jesus Cristo” (não de João), “a qual Deus Lhe deu, para mostrar aos Seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo Seu anjo as enviou, e as notificou [significou – TB] a João Seu servo” (Ap 1:1). O uso dos verbos “mostrar” e “significar” (dar o significado ou sentido) marca a natureza exclusivamente simbólica deste livro.
Uma bênção peculiar é anexada à sua leitura: “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo” (Ap 1:3).
Assim como os presentes de Belsazar não eram atrativos a Daniel, as recompensas deste mundo não podem nos seduzir se entendermos o significado deste livro (Dn 5:16-17). Banido pelo imperador, o apóstolo se descreve como um “coparticipante da tribulação, reino e paciência, em Jesus” (Ap 1:9 – JND), uma posição que é nossa também, enquanto aguardamos o chamado: “Sobe aqui” (Ap 4:1).

Esboço

O Apocalipse pode ser dividido em três partes: as coisas que João viu, capítulo 1; as coisas que são, capítulos 2 e 3; e as coisas que serão a seguir, capítulos 4 a 22. Os onze primeiros capítulos são, em grande parte, cronológicos, nos levando desde o dia dos apóstolos pela história da Cristandade (capítulos 2 e 3) até os julgamentos finais. Os capítulos 7, 10 e os treze primeiros versículos do capítulo 11 nos fornecem detalhes entre parênteses. Do capítulo 11, versículo 19, até o final do livro, temos vários esboços detalhando a história de Israel, a Cristandade apóstata, esta Terra, o Milênio e o estado eterno. É importante entender que os eventos desses capítulos se sobrepõem à história dos capítulos anteriores.

As Sete Igrejas

No primeiro capítulo, Cristo é visto como o Filho do Homem, não no caráter com o qual o apóstolo estava familiarizado, mas em trajes de julgamento (Ap 1:13-16). João O vê no meio de sete castiçais, que são as sete assembleias a quem a porção é dirigida, apresentados aqui em responsabilidade como portadores de luz (Ap 1:20). Nos capítulos 2 e 3, cada assembleia é abordada em sequência. A escolha de sete (completo) e a linguagem usada ao longo do texto (Ap 2:25; “depois destas” em Ap 4:1) nos fazem entender que um esboço histórico da Cristandade está sendo apresentado, e não apenas sete cartas às igrejas do primeiro século.
As três primeiras assembleias descrevem períodos sucessivos. Éfeso, a Igreja do primeiro século, é caracterizada como tendo deixado seu primeiro amor (Ap 2:4). Esmirna é a Igreja perseguida do segundo e terceiro séculos, que Satanás, como um leão que ruge, procurou devorar. Em Pérgamo, vemos a atividade da serpente enganadora. Sob Constantino, a Cristandade se uniu ao mundo político pagão.
Em Tiatira – o sistema sobre o qual Roma domina – há uma mudança. Agora temos a exortação para reter o que temos “até que Eu venha” (Ap 2:25), e “quem tem ouvidos” não é mais dirigido à Igreja como um todo (Ap 2:26, 29). As quatro igrejas finais representam sucessivos estados sobrepostos que continuam até a vinda do Senhor. Tiatira é seguida por Sardo protestante. Filadélfia é um estado moral; eles guardaram a Sua Palavra e não negaram o Seu nome (Ap 3:8). A esperança do Arrebatamento foi restaurada, pois eles são mantidos “fora da hora da provação que está por vir sobre todo o mundo habitável” (Ap 3:10 – JND). Laodiceia descreve o estado moral da Cristandade hoje; alegando ser rica e sem necessidade de nada, sua condição miserável é exposta. O Senhor é visto do lado de fora da assembleia batendo à porta (Ap 3:20). A Cristandade apostatada será finalmente vomitada de Sua boca.

A Sétima Semana de Daniel

Os eventos históricos descritos nos capítulos 4 a 11 ocorrem após o Arrebatamento. A Igreja, como João, aguarda o chamado “sobe aqui” (Ap 4:1). No capítulo 4, o trono judicial de Deus aparece; tudo é Seu por direito como Criador. No capítulo 5, vemos o Cordeiro como Redentor; somente Ele é digno de abrir o livro com sete selos – os conselhos de Deus a respeito desta Terra. Os vinte e quatro anciãos são os santos do Velho e do Novo Testamento; somente eles podem cantar o novo cântico dos remidos. A presença deles no céu é explicada pelo Arrebatamento.
Os eventos que se desenrolam com a abertura dos selos (capítulos 6 e 8) e o som das seis primeiras trombetas (capítulos 8 e 9) formam a septuagésima semana de Daniel (Dn 9:24-27). Esta terrível semana final de sete anos pode ser dividida em dois períodos de 3,5 anos.
O início da semana é marcado por uma aliança entre Israel e o Império Romano revivido – uma Europa unida sob 10 governantes, apoiada pelo papado, a Grande Babilônia (Dn 7:7; Ap 13:1, 17:3). Este período é marcado por conquista política, espada, fome, pestilência e caos político (Ap 6). Muitos fiéis à Palavra de Deus serão martirizados (Ap 6:9-11, 17:6).
A ascensão à proeminência do chifre pequeno (a besta) marca o meio da semana (Dn 7:7-8, 19-25; Ap 13:1-10). Todos os vestígios restantes da Cristandade apóstata (a Grande Babilônia) serão derrubados e destruídos (Ap 17:16-17). As leis judaicas serão alteradas e o templo profanado (Dn 7:25, 12:11). A besta será adorada (Ap 13:4), enquanto o anticristo “se opõe e se exalta ao alto contra tudo chamado Deus, ou objeto de veneração; de modo que ele mesmo se senta no templo de Deus, mostrando a si mesmo que ele é Deus” (2 Ts 2:4 – JND). A entrega do homem ao poder satânico marca a segunda metade da semana. Com a sexta trombeta, o rei do Norte começará sua mobilização com ataques contra o reino da besta (Ap 9:13-19). A sétima trombeta anuncia o tempo da ira de Deus contra Seus inimigos e o estabelecimento de Seu reinado eterno (Ap 11:15-18).

Cenas proféticas

O capítulo 12 retoma a história de Israel – a mulher – e o filho homem que ela teve – Cristo – que Roma procurou destruir. O capítulo retoma sua história com os últimos 3,5 anos de tribulação, uma época em que o dragão – o diabo – perseguirá gravemente o remanescente judeu.
Junto com o dragão, as duas pessoas descritas no capítulo 13 completam uma trindade do mal. O Império Romano, em sua forma final, surgirá como um animal vindo do mar, com sete cabeças e dez chifres. No meio da semana, o poder é consolidado em um único indivíduo – a besta (Ap 13:5). Do versículo 11, temos o anticristo, que trabalhará em conjunto com a besta. Tendo dois chifres como um cordeiro, ele fala como um dragão (Ap 13:11). Enquanto esse trio maligno interpreta seu roteiro final, Deus, sempre no controle, intervém em graça e julgamento (cap. 14).

As Sete Taças

As sete taças dos capítulos 15 e 16 são derramadas durante a última metade da semana e caem entre o som da sexta e sétima trombeta. São as sete últimas pragas; neles a fúria de Deus está completa (Ap 15:1). As taças, em contraste com as trombetas, não se limitam à “terça parte” e são derramadas sobre a Terra, o mar, os rios e o Sol. Embora a Babilônia religiosa seja expulsa no meio da semana, a Babilônia política como símbolo do domínio gentio que começou com Nabucodonosor não é destruída até o final da semana com a última taça (Ap 16:17-21).

Da Destruição da Babilônia ao Estado Eterno

Os capítulos 17 e 18 nos dão a história da Babilônia religiosa, a mãe das prostitutas. O capítulo 18 apresenta a visão de Deus sobre a destruição dela. Em contraste, o capítulo 19 nos leva às bodas do Cordeiro.
A próxima cena, testemunhada por João, é de Cristo, como Rei dos reis e Senhor dos senhores, aparecendo com Seus santos. A besta e os reis da Terra com seus exércitos se reunirão para fazer guerra com o Cordeiro, apenas para serem levados e lançados vivos no lago de fogo; o resto será morto (Ap 19:11-21).
Isso inicia um período de mil anos, durante o qual Satanás será preso, e os martirizados sob a besta reinarão com Cristo – este é o Milênio (Ap 20:3-4). No final dos 1.000 anos, Satanás será solto por um período, durante o qual ele enganará as nações que fingiram obediência, reunindo-as para a batalha final, onde serão destruídas pelo fogo (Ap 20:7-9) A segunda ressurreição, a ressurreição da condenação, seguirá, com o julgamento dos mortos diante do grande trono branco (Ap 20:11-15, Jo 5:29).
Os oito primeiros versículos do capítulo 21 completam a história, com a introdução de um novo céu e uma nova Terra e o estabelecimento do estado eterno. “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o Seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus” (Ap 21:3).

A Glória Celestial do Milênio

Com os eventos desde a queda da Babilônia até o estado eterno descrito, agora voltamos a considerar a posição da Igreja durante o Milênio. Em contraste com “a Grande Babilônia” – uma cidade – e a “mãe das prostitutas” – uma mulher – temos a noiva, a esposa do Cordeiro, descendo do céu de Deus como uma grande cidade, a santa Jerusalém (Ap 21:9-10). Esta cidade não deve ser confundida com a nova Jerusalém do versículo 2, ou a Jerusalém milenar terrena (Ezequiel 48:15-20). A descrição e a cidade são simbólicas. Os cinco primeiros versículos do capítulo 22 completam a descrição.

Conclusão

As palavras da profecia são fiéis e verdadeiras e logo devem acontecer (Ap 22:6). O estado de cada um será imutável para a eternidade – os injustos serão injustos, e os justos serão justos (Ap 22:11). “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida” (Ap 22:17). “Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora vem, Senhor Jesus” (Ap 22:20).


Judas

A epístola de Judas antecede as Epístolas de João, tanto moral como cronologicamente. Na epístola de João, os anticristos haviam saído do meio dos Cristãos; nesta epístola, os homens “se introduziram furtivamente” (Jd 4 – AIBB). A linguagem de Judas é semelhante à de Pedro (2 Pe 2), embora Pedro enfatize o pecado – “tendo os olhos cheios de adultério, e não cessando de pecar” (2 Pe 2:14), o assunto de Judas é apostasia, a rejeição da fé.
Judas adverte contra aqueles que rejeitaram a verdade por causa do ganho temporal, enquanto isso exortava os santos a “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3). A apostasia não era uma fase na história da Igreja, mas continuaria até a vinda do Senhor com Seus santos, como Enoque profetizou: “Eis que é vindo o Senhor com milhares de Seus santos; para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra Ele” (Jd 14- 15).

Esboço

O livro começa com a segurança do crente em Jesus Cristo e termina com louvor a um Deus Salvador, que é o Único capaz de impedir que caiamos. Entre isso temos três exemplos de apostasia no Velho Testamento (Jd 5-7), mais três que ilustram a progressão do mal na Cristandade (Jd 11) e quatro exemplos da natureza, cada um dos quais termina em julgamento (Jd 12-13). Por causa de sua incredulidade, muitos em Israel falharam em alcançar a terra prometida. Anjos, que em orgulho se afastaram de seu estado original, são mantidos em cadeias eternas, aguardando julgamento. A imoralidade de Sodoma e Gomorra resultou no fogo eterno do julgamento. Da mesma maneira, esses apóstatas “contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação [governo – ARA], e vituperam as dignidades [autoridades – ARA] (Jd 8).
Em Caim, vemos o homem e sua religião em violenta oposição à verdade (Gn 4). Balaão disse o que era necessário, em troca de uma propina, e semeou a corrupção na assembleia de Deus (Nm 22-24; Ap 2:14). Finalmente, em Coré, temos alguém que se rebelou abertamente contra o sacerdócio escolhido e santo de Deus, alegando que toda a congregação era santa (Nm 16:3).
Um apóstata está duplamente morto: primeiro, por natureza e segundo, em sua rejeição da graça de Deus (Jd 12). Um navegador, tanto velho quanto atual, encontra o caminho pela posição fixa e permanente das estrelas. Um planeta não fornece essa âncora e reside na negrura das trevas (Jd 13). O crente é exortado em quatro coisas: edificar, orar, guardar e olhar. “Mas vós, amados, edificando-vos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna” (Jd 20-21).
Devemos ter compaixão daqueles que foram apanhados pela influência de outros, embora a roupa manchada pela carne deva ser odiada (Jd 23). Para o santo de Deus, Judas, com confiança, oferece esta doxologia: “Ora, àqu’Ele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a Sua glória, ao único Deus, Salvador nosso, por Jesus Cristo, nosso Senhor, seja glória e majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém!” (Jd 24-25).

Primeira, Segunda e Terceira Epístolas de João

As epístolas de João foram escritas muito mais tarde no primeiro século. Interpretações místicas haviam surgido a respeito da Pessoa do Senhor Jesus Cristo; o Cristianismo foi visto como um sistema que deve crescer e se desenvolver com o tempo – uma visão amplamente defendida hoje. É a “última hora” (1 Jo 2:18). O apóstolo declara esses pensamentos, levando o leitor de volta ao começo do tempo em que Cristo Se manifestou aqui neste mundo.
João apresenta as coisas de forma abstrata, ou seja, ele dá o caráter essencial delas sem fazer referência à experiência. “Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado” (1 Jo 3:9) é uma afirmação do fato. Da mesma forma, “quem comete o pecado é do diabo” (1 Jo 3:8). Estes não descrevem uma pessoa, mas aquela nova vida, gerada por Deus – a vida eterna, em contraste com o que somos por natureza. É vital que tenhamos uma perspectiva fora do contexto da experiência, especialmente quando a Cristandade está tão corrompida pela falsa doutrina. Na epístola de João, não é uma questão de andar de acordo com a luz, mas sim de caminhar na luz (1 Jo 1:7).

Primeira Epístola de João

O grande tema da primeira epístola é a vida eterna no Filho de Deus. No evangelho de João, vemos aquela vida em todos os lugares exibida na Pessoa do Senhor – “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14:6). Aqui vemos o resultado no crente como participante dessa vida divina.
Esta epístola não é expositiva, mas sim o derramar do coração do velho apóstolo. Treze vezes João refere-se ao que ele estava escrevendo ou seu propósito em escrever. Referências repetidas são feitas para as coisas que nós, como crentes, conhecemos e para aquelas coisas pelas quais distinguimos o verdadeiro do falso. Nove vezes ele usa a expressão “nascido” ou “gerado por Deus”, mostrando o que caracteriza a nova natureza. Somos membros de uma nova família.
João escreve, desejando que o gozo do crente possa ser completo (1 Jo 1:4). Isso só pode vir por estar em comunhão com o Pai e Seu Filho Jesus Cristo, como conhecido e revelado pelos apóstolos. Ele escreve que crentes não devem pecar; a advocacia de Cristo restaura a comunhão quando pecamos (1 Jo 2:1). Ao finalizar a epístola, o apóstolo declara, “Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus” (1 Jo 5:13).
No capítulo 2, os crentes em diferentes estágios de maturidade são abordados – os pais, os jovens e as crianças. Enquanto os rapazes e as criancinhas são avisados dos perigos que os cercam, aos pais ele escreve duas vezes: “porque conhecestes aqu’Ele que é desde o princípio” (1 Jo 2:13-14). Desejoso de nada mais e nada de novo, Cristo, que é desde o princípio, é tudo para eles. Mesmo as crianças em Cristo têm a unção do Santo – o Espírito Santo – e “conhecem todas as coisas” (1 Jo 2:20). Eles não precisam de nada mais e não há nada de novo.
No capítulo 3, os filhos de Deus são manifestos, assim como são os filhos do diabo. No capítulo 4 temos testes por meio dos quais podemos distinguir espíritos falsos dos verdadeiros. Devemos amar uns aos outros; é característico da natureza divina. Esse amor é exercido em obediência e não será à custa da verdade. “Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os Seus mandamentos” (1 Jo 5:2).
Conhecemos o verdadeiro Deus, possuímos a vida eterna e qualquer coisa fora disso é um ídolo. “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 Jo 5:21).

Segunda Epístola de João

A Segunda Epístola de João é dirigida à “senhora eleita e aos seus filhos” (2 Jo 1). Possivelmente “senhora” deve ser deixado como o nome próprio feminino “Kyria”; não é, no entanto, uma referência à Igreja, como alguns sugeriram, pois, a Igreja não é eleita; indivíduos são.
Como a primeira, esta epístola preocupa-se com a manutenção da verdade. João muito se regozijou em encontrar entre seus filhos aqueles que andam na verdade (2 Jo 4). Mais uma vez lemos “aquele mesmo que desde o princípio tivemos” (2 Jo 5). Aqui é que nos amemos uns aos outros; mas o amor que flui de Deus sustenta a verdade: “E o amor é este: que andemos segundo os Seus mandamentos” (2 Jo 6). Muitos enganadores saíram para este mundo; eles não devem ser recebidos e devem ser rejeitados por causa da doutrina deles (2 Jo 7-10). A natureza afetuosa e hospitaleira, especialmente a de uma irmã, poderia ultrapassar seus limites em receber tal indivíduo. João adverte que não devemos saudar um tal (2 Jo 10). “Saudar” no grego é a palavra “regozijar” e foi usada como uma saudação; da mesma forma, não devemos encorajar aqueles que negam a Pessoa do Senhor, mesmo com algo tão inocente quanto uma saudação.

Terceira Epístola de João

Esta carta é dirigida ao bem amado Gaio, de quem João poderia dizer: “a quem, em verdade, eu amo” (3 Jo 1). Aqui estava um irmão que João poderia desejar acima de tudo que ele pudesse prosperar e ter saúde – assim como ele prosperou em sua alma (3 Jo 2). Esta epístola, não trata daqueles que devem ser rejeitados, mas sim daqueles que devem ser recebidos: “Portanto aos tais devemos receber, para que sejamos cooperadores da verdade” (3 Jo 8).
Mais uma vez, o assunto é a verdade: “Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram, e testificaram da tua verdade, como tu andas na verdade” (3 Jo 3).
A caridade e a hospitalidade de Gaio são registradas (3 Jo 6). Diótrefes, por outro lado, adorava ter a preeminência e não recebia o apóstolo. Suas palavras ofensivas e maliciosas não seriam esquecidas (3 Jo 9-10). Demétrio tinha um bom testemunho de todos os homens e da própria verdade (3 Jo 12).
Confiando em vê-los em breve, João envia saudações e instrui Gaio a cumprimentar os amigos pelo nome – e nós também devemos (3 Jo 14).

As Epístolas de Pedro

O caráter das epístolas de Pedro está de acordo com a pessoa de Pedro. Certamente é o Pedro restaurado, o apóstolo, pastoreando o rebanho de Deus; no entanto, vemos nelas as experiências dos evangelhos (Jo 21:15-19). A primeira epístola foi provavelmente escrita da Babilônia (1 Pe 5:13), enquanto a proximidade do seu martírio sugere que a segunda poderia ser de Roma[1] (2 Pe 1:14). A referência à Babilônia não é simbólica; o versículo deve lido, “A vossa co-eleita em Babilônia vos saúda, e meu filho Marcos” (1 Pe 5:13) – refere-se a um indivíduo, não a Igreja (eleição é individual).
Ambas as epístolas são dirigidas aos crentes judeus espalhados por toda a Ásia Menor (1 Pe 1:1; 2 Pe 3:1). Eles haviam abandonado o judaísmo para o Cristianismo, sua herança era celestial, e seu Messias glorificado. Física e espiritualmente eram peregrinos e forasteiros (1 Pe 2:11). O apóstolo os encoraja em seu caminho terrestre, uma maneira repleta de provações e perseguições. A salvação em sua plenitude é uma coisa futura (1 Pe 1:4-5). O governo de Deus é especialmente trazido diante de nós – na primeira epístola, em relação aos justos, enquanto na segunda, no julgamento dos ímpios.

Primeira Epístola de Pedro

No capítulo 1 temos a esperança do Cristão – uma viva esperança. Embora existam provações, os resultados terão um peso eterno (1 Pe 1:7). O governo diário de Deus deve ser reconhecido, e passamos este tempo de peregrinação  em temor, não porque somos incertos quanto à salvação, mas porque fomos redimidos “com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1:16-19).
No capítulo 2, versículos de 1 a 10, temos privilégios Cristãos. Em contraste com o templo judeu, somos, como pedras vivas, “edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pe 2:5). Cristo é a pedra de esquina. Com nosso serviço para com Deus assim estabelecido, encontramos que há também um testemunho ao homem: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daqu’Ele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9).
Em conexão com essas duas coisas – nosso serviço diante de Deus e nosso testemunho diante deste mundo – experimentamos o governo moral de Deus em nossa vida. A arca e Dagom não podiam habitar juntos (1 Sm 5:3). “Sede santos, porque Eu Sou santo” (1 Pe 1:16).
Pedro começa a sua exortação com: “Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma” (1 Pe 2:11). Ele vê a peregrinação do Cristão como um caminho de sofrimento, no meio do qual devemos nos comportar de tal maneira a trazer glória a Deus. Isso se aplica tanto em relação aos governos e patrões, bem como nas relações domésticas. “Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis” (1 Pe 3:14).
Quando nossa vida é governada pela vontade de Deus, sofremos; tal caminhada deve ser à custa da nossa própria vontade (1 Pe 4:1-2). Um caminho de excesso mundano pode ter seus prazeres, mas aqueles que caminham assim terão que prestar contas a Ele que está pronto para julgar os vivos e os mortos (1 Pe 4:4-5).
Temos um dom; devemos usá-lo para a glória de Deus como fiéis despenseiros (1 Pe 4:10). Se sofremos pelo nome de Cristo, então somos felizes (1 Pe 4:14). Ninguém deve sofrer como um malfeitor (1 Pe 4:15). Deus trabalha Seus caminhos de governo primeiro com aqueles mais próximos d’Ele, e assim o julgamento deve começar pela casa de Deus (1 Pe 4:17).
O livro termina com o velho Pedro exortando os anciãos, “Apascentai o rebanho de Deus” (1 Pe 5:2). E aos mais jovens, “sede sujeitos aos anciãos” (1 Pe 5:5). “E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à Sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, Ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá” (1 Pe 5:10).

Segunda Epístola de Pedro

A segunda epístola de Pedro aborda a terrível impiedade dos últimos dias da Cristandade. Mestres não regenerados, negando o Senhor que os comprou, seduziriam com palavras vãs, prometendo liberdade, mas levando almas à escravidão do pecado (cap. 2:1 – TB). Os escarnecedores zombariam do Cristianismo e da esperança do crente (cap. 3).
Enquanto os capítulos 2 e 3 são sombrios, o primeiro é brilhante com encorajamento. Pedro os exorta a procurarem fazer cada vez mais firme a vocação e eleição, não aos olhos de Deus, pois isso tornaria as palavras sem sentido, mas no andar deles. Ele deseja que a nossa entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo seja abundante, ricamente suprida (2 Pe 1:11). Pedro recorda o monte da transfiguração; como ele poderia esquecer essa cena? (2 Pe 1:17-18). Realmente temos uma palavra de certeza, pois aguardamos, não o nascer do Sol, mas a estrela da manhã (2 Pe 1:19).
Enquanto a linguagem desta epístola, e especialmente o segundo capítulo, assemelha-se a Judas, lá está a apostasia mencionada, e aqui está o pecado. Pedro ao usar os anjos como um exemplo diz: “Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram” (2 Pe 2:4), enquanto Judas, usando um exemplo semelhante, relata: “E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação” (Jd 6).
Era o desejo de Pedro que eles pudessem estar atentos às palavras ditas pelos apóstolos (2 Pe 3:1-2). A sua maneira de falar não oferece qualquer sugestão de sucessão apostólica. Assim como havia zombadores no dia de Noé, suas vozes são hoje em alto e claro tom. O mundo, no entanto, não está agora sendo reservado para uma inundação, mas para o fogo, e a dissolução total do céu e da Terra. Sabendo disso, devemos ser diligentes em procurar “que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz” (2 Pe 3:14).




[1] N. do A.: A história secular registra que Pedro morreu em Roma, uma visão amplamente aceita.

Tiago

A epístola de Tiago causou dificuldades a muitas almas ansiosas. Aqueles que falsamente ensinam a salvação por meio de obras enfatizam a epístola. No entanto, uma leitura cuidadosa da epístola e reconhecendo a quem é endereçada dissipa todas as dificuldades.
Tiago escreve para as doze tribos da dispersão, tanto os salvos quanto os não salvos. No tempo em que foi escrita, um judeu salvo ainda podia ser encontrado na sinagoga e sendo zeloso pela lei – eles ainda estavam associados à nação incrédula (At 21:20). Alguém poderia ter confundido um crente com seu compatriota incrédulo. Esta epístola convida o crente a mostrar a sua fé pela sua caminhada exterior – é justificação diante dos homens, em contraste distinto com Romanos, onde temos justificação diante de Deus.
Não se pode ver a fé mais do que se pode ver o vento; cada um, no entanto, afeta o que o rodeia de uma forma muito visível. A Cristandade está cheia de profissão vazia; o que encontramos na epístola de Tiago é uma admoestação necessária para hoje. Procuramos nos misturar no Cristianismo, ou é a realidade da nossa fé visível a todos?

Esboço

Capítulo 1. Agir como Cristão é fácil quando os ventos são favoráveis, mas qual é a nossa resposta quando surgem as tempestades? “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que O amam” (Tg 1:12). Infelizmente, estamos aptos a deixar nossa língua escorregar; ser um cumpridor da Palavra de Deus não está em nossa antiga natureza. No entanto, Deus, o Pai, nos gerou de acordo com Sua própria vontade pela Palavra da verdade e, assim, cumprir não é mais servidão, mas possuímos uma natureza governada pela perfeita lei da liberdade (Tg 1:18, 25).
O capítulo 2 apresenta o vínculo inseparável entre fé e prática. Devemos caminhar como aqueles que devem ser julgados pela lei da liberdade (Tg 2:12). Em Tiago, o ato público de fé de Abraão – oferecendo a Isaque – é mencionado antes de ele ter crido em Deus. “E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus” (Tg 2:23). Nada aqui contradiz Romanos; tudo está em perfeita harmonia (Rm 4). A obediência de Abraão no Monte Moriá corroborou sua fé.
Capítulo 3. “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres [professores – JND], sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tg 3:1). A palavra “mestre”, mais corretamente traduzida como “professor”, tem o sentido de um rabino (ver João 1:38; 3:2). O sistema rabínico, característico do judaísmo moderno, não tem correspondência no Cristianismo. Além disso, andar ao contrário do que é ensinado é uma coisa mais séria. Mais do que tudo, é o nosso discurso que nos trai. “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria” (Tg 3:13).
O capítulo 4 aborda a natureza desenfreada. O coração do homem está cheio de cobiça e se manifesta na inveja e na contenda. Tal coração encontra comunhão com o mundo, mas a amizade com o mundo é inimizade com Deus (Tg 4:4). O espírito judicial é condenado, assim como a vontade própria (Tg 4:11-17).
O quinto e último capítulo começa com um aviso solene contra o acúmulo de riquezas, especialmente à custa dos pobres (Tg 5:1-6). Estas eram exortações familiares aos judeus, que naturalmente procuravam a bênção terrena (ver Am 2:6). O crente é para esperar pacientemente a vinda do Senhor (Tg 5:7-8). Homens fiéis do passado são dados como exemplos – homens de paixões como nós. Também temos um recurso poderoso na oração (Tg 5:11-18).

Hebreus

A epístola aos Hebreus não traz o nome de nenhum escritor. Pelo contrário, o próprio Senhor é peculiarmente o Autor desta epístola: “Deus... falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hb 1:1). Cristo é visto como o apóstolo: “Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, Apóstolo e Sumo sacerdote da nossa confissão” (Hb 3:1).
O livro é escrito aos Hebreus – o ‘nós’ usado habitualmente por toda parte – um povo cujas esperanças eram terrenais. Eles procuraram um reino terrestre e um Messias terrestre, mas onde estava tudo isso agora? Esta epístola eleva os olhos para o céu. Lá vemos aqu’Ele de Quem está escrito: “Ó Deus, o Teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do Teu reino” (Hb 1:8, citado de Sl 45:6). Lá vemos Jesus “coroado de glória e de honra aqu’Ele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte” (Hb 2:9).
Para o judeu que havia recebido Jesus como Messias (Lc 24:21; At 19:1-4), isto era, sem dúvida, desconcertante. Contudo, por tudo o que os judeus valorizavam, coisas melhores são encontradas em Cristo: uma esperança melhor, uma aliança melhor, promessas melhores, um sacrifício melhor, no céu uma natureza permanente e melhor e um país melhor. Hebreus lhes abre coisas vistas apenas pela fé.
Para nós, num dia em que o Cristianismo se tornou uma religião terrena, a epístola aos Hebreus também nos leva para fora desta cena, por meio do véu rasgado, para dentro do próprio céu.
Infelizmente, havia aqueles que tinham sido participantes das maravilhas e milagres do Espírito Santo, mas estavam em perigo de rejeitar este testemunho, para voltar ao ritual morto do judaísmo. Isso é apostasia – ter chegado tão longe e depois se afastar da verdade. A graça rejeitada deixa o homem sem remédio.

Coisas Melhores

A epístola aos Hebreus segue uma linha de raciocínio facilmente discernível. Ela não é dirigida a uma assembleia e nem se ocupa questões de assembleia. Em vez disso, tem a forma de um tratado, seu propósito especial descrito acima.
No capítulo 1 temos o Filho de Deus: Sua glória como Filho e Messias, e Sua superioridade aos anjos. O capítulo 2 traz diante de nós o Filho do Homem: o Capitão da salvação e Santificador daqueles a quem chama de Seus irmãos. Entre os dois temos um parêntese: “se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme... como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram (Hb 2:2-3).
O capítulo 3 contrasta Cristo como Filho sobre Sua própria casa com Moisés; Isso nos leva à jornada do deserto. Muitos que deixaram o Egito não conseguiram entrar na terra de Canaã. Eles deviam tomar cuidado, para que eles também não encontrassem dentro de si o mesmo um coração de incredulidade. No capítulo 4, temos o assunto de descanso. Canaã era o seu destino, o seu descanso, mas há um descanso além da terra prometida – “Meu repouso” (Sl 95:11). Resta, então, um descanso para o povo de Deus. Tal como acontece com os que estão no deserto, temos um Sumo Sacerdote – Um que penetrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, que Se compadece de nossas enfermidades, tendo sido tentado em todas as coisas da mesma maneira, “à parte do pecado” (Hb 4:14-15 – JND)
O capítulo 5 desenvolve ainda mais o sacerdócio do Senhor Jesus, comparando e contrastando com o Sacerdócio Aarônico. Cristo glorificou não a Si mesmo para ser feito um Sumo sacerdote, mas Deus O nomeou Sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque (Sl 110:4). O escritor desenvolveria este assunto mais adiante, mas deve primeiramente abordar sobre o estado espiritual deles; eles tinham se tornado negligentes para ouvir. As coisas escritas anteriormente são tipos e sombras, mas eles não as entendiam.
O capítulo 6 é uma exortação a prosseguirmos ao que pertence ao crescimento completo” (Hb 6:1 – JND). Eles não eram ignorantes dos princípios da doutrina de Cristo – o Messias, o Ungido do Senhor (Hb 6:1). Não só isso, eles haviam testemunhado o poder do Espírito Santo, que por si só falava da glorificação do Senhor. Não havia como voltar atrás; as coisas anteriores seriam de nenhuma ajuda agora.
O capítulo 7 retoma o assunto do quinto. O sacerdócio de Melquisedeque é em todos os aspectos superior ao de Aarão. Abraão, de quem Aarão descendeu, pagou dízimos a Melquisedeque (Hb 7:9-10).
No capítulo 8, temos a nova aliança – uma melhor – estabelecida sobre melhores promessas, das quais Cristo é o Mediador. Este é um concerto que será feito com a casa de Israel (não a Igreja): “Porque este é o concerto que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor” (Hb 8:10). Um novo concerto necessariamente torna o anterior velho, pronto para desaparecer (Hb 8:13).
O capítulo 9 contrasta os sacrifícios da antiga aliança com o único, sacrifício perfeito de Cristo, um sacrifício que não dá entrada em um tabernáculo terrestre – que era uma figura do verdadeiro – mas no próprio céu (Hb 9:24).
O capítulo 10 continua com o tema do sacrifício, agora em sua aplicação ao crente. ... a lei... nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam”, mas, temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez” (Hb 10:1, 14).

O Caminho da Fé

A porção doutrinária termina com o versículo 18 do capítulo 11; o caminho da fé na prática segue. Como adoradores purificados, temos ousadia de entrar no santíssimo lugar pelo sangue de Jesus. O véu está rasgado, ou seja, Sua carne – o véu rasgado do templo confirmou o acesso que temos ao Santo dos santos, mas não foi o meio que proporcionou o acesso (Hb 10:19-20 – ARA).
Aqueles a quem a epístola é endereçada haviam sofrido perseguição, mas não poderia haver nenhum retorno – isso seria apostasia. O escritor, no entanto, poderia confiadamente dizer, “Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma” (Hb 10:39). No capítulo seis, o Espírito Santo é proeminente, no capítulo dez, o sacrifício de Cristo. Em cada caso o comportamento daqueles que tinham sido iluminados, é considerado. No versículo 39 do capítulo 10, vemos uma distinção entre aqueles “que creem para a conservação da alma” e aqueles que recuam, tendo apenas desfrutado as bênçãos (e que agora estavam experimentando a perseguição) de sua posição professada.
O justo deve viver pela fé (Hb 10:38, citado por Hc 2:4). A Palavra de Deus não pode e não vai falhar; Habacuque teve que aprender isso, assim como aqueles no capítulo 11. Cada um tinha que andar por fé, não por vista. “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas vendo-as de longe e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na Terra” (Hb 11:13).
No capítulo 12 empecilhos e pecado nos embaraçam; as dificuldades do caminho levam ao desencorajamento; as mãos ficam descaídas e os joelhos tornam-se débeis. Muito acima de todo o exemplo terrestre, temos Um em Quem fixamos o nosso olhar, e cujo caminho devemos considerar, Jesus na glória – o Autor e Consumador da fé. Temos também um Pai amoroso, que vê que não desviaremos para fora do caminho, que castiga aqueles a quem ama (cap. 12). “guia-me pelas veredas da justiça, por amor do Seu nome... a Tua vara e o Teu cajado me consolam” (Sl 23:3-4).
O velho reino terrestre e seu característico monte, o Sinai inacessível, são contrastados com o futuro reino milenar (Hb 12:18-24). O Sinai foi abalado com a entrega da lei, mas seu reino será estabelecido com a comoção (abalo) do céu e da Terra (Hb 12:26, citado de Ag 2:6-7). A graça não é um véu para o pecado, “porque o nosso Deus é um fogo consumidor” (Hb 12:29).
As exortações do capítulo 13 terminam o livro. Não poderia haver mistura do velho altar terrestre com o celestial. Cristo tinha padecido fora da porta; saiamos a Ele fora do arraial, levando Sua rejeição (Hb 13:10-14).