sexta-feira, 1 de maio de 2020

Êxodo

O livro de Gênesis termina com os filhos de Israel e suas famílias na terra do Egito, 70 pessoas ao todo (Êx 1:5; Dt 10:22 – At 7:14 é citado da Septuaginta). Embora José tenha morrido no Egito, esta não era a terra que foi prometida a Jacó e sua semente, e é pela fé que ele deixa instruções sobre seu corpo: “Certamente vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui” (Gn 50:25; Hb 11:22). José olhou além dessa cena para outra.
As palavras de José são cumpridas em Êxodo quando os filhos de Israel são trazidos da terra do Egito através do Mar Vermelho e para o deserto. (Números cobre os trinta e oito anos restantes dos quarenta anos que o povo peregrinou no deserto, levando-os ao Jordão, enquanto Deuteronômio registra as últimas palavras de Moisés antes de entrarem na terra de Canaã). Embora Moisés tenha visto a terra prometida do topo do monte Pisga, ele nunca entrou nela.
Embora isso nos dê uma descrição geral dos eventos históricos desses livros, perderíamos muito se isso fosse tudo o que víssemos. O Velho Testamento está cheio de instruções morais de vital importância para os crentes hoje. Essas Escrituras eram “a sombra dos bens futuros” (Hb 10:1), exemplos ou figuras escritos para nós (1 Co 10:6), “para aviso nosso, para quem são chegados os fins dos séculos” (1 Co 10:11).
Em Êxodo, temos a redenção e, como resultado, o relacionamento com Jeová, o Redentor. Em Gênesis, lemos sobre Elohim, o Criador, Aquele com Quem o homem tem de prestar contas (Gn 1:1). Deus Se apresenta a Abraão como El Shadai, o Deus Todo-Poderoso (Gn 17:1). Em Êxodo, porém, temos: “EU SOU O QUE SOU” (Êx 3.14). Este é Jeová, o Eterno – um nome que fala de relacionamento – e foi por esse nome que Israel deveria conhecer a Deus. “Eu sou o Senhor... e vos resgatarei com braço estendido e com juízos grandes. E Eu vos tomarei por Meu povo, e serei vosso Deus; e sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas dos egípcios” (Êx 6:6-7).
Êxodo pode ser dividido da seguinte forma:

1. Israel no Egito (caps. 1-6).
2. As dez pragas do Egito (caps. 7-12).
3. O êxodo – da Páscoa ao Mar Vermelho (caps. 12-14).
4. O cântico da redenção (cap. 15).
5. Do Mar Vermelho para o monte Sinai (caps. 16-19).
6. A lei e o padrão para o Tabernáculo (cap. 20-40).

Na Páscoa, vemos o sangue do Cordeiro atendendo às reivindicações de Deus como Juiz. “vendo Eu sangue, passarei por cima de vós” (Êx 12:13). O Cordeiro é uma figura de Cristo (1 Co 5:7), e o sangue o fundamento de toda bênção espiritual.
O Mar Vermelho é uma figura para nós da morte e ressurreição de Cristo. Isso ilustra a libertação do crente do poder de Satanás e do mundo. Na salvação, não estamos apenas a salvo da ira vindoura, mas temos uma vitória completa sobre o poder do pecado (Rm 6:17-18). Os israelitas viram os corpos dos egípcios na praia (Êx 14:30).
Embora livre desse pecado tirano, ainda há conflito – “Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne” (Gl 5:17) – e encontramos Josué lutando contra Amaleque (Êx 17:10). Contudo, em Moisés, temos ilustrado aqu’Ele que vive para fazer intercessão por nós (Êx 17:10-12; Hb 7:25).

O Tabernáculo

Tão logo temos um povo redimido no Velho Testamento, temos o pensamento de Deus habitando no meio de Seu povo. Deus não podia morar com eles no Egito, uma terra de idolatria; Ele deve separá-los dessa cena para Si mesmo.
O tabernáculo (ou tenda da congregação) foi construído de acordo com o modelo dado a Moisés no monte Sinai. Consistia primeiramente de um pátio e, dentro do pátio, o próprio tabernáculo. O tabernáculo era dividido em duas partes: o lugar Santo e, separado por um véu, o Santo dos Santos, onde estava a Arca do Concerto (da Aliança – ARA). Foi dentro do Santo dos Santos que Jeová era visto como morando no meio de Seu povo redimido. “E Me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êx 25:8). Enquanto os filhos de Israel viajavam pelo deserto, o tabernáculo formava o centro de seus acampamentos (Nm 2).
Tal edifício deve ser construído de acordo com as especificações de Deus: “Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus vasos, assim mesmo o fareis” (Êx 25:9). Nenhum detalhe foi insignificante e nada foi deixado à criatividade de Moisés. Encontramos no Novo Testamento que as coisas feitas eram “figuras das coisas que estão no céu” (Hb 9:23). O tabernáculo, seus móveis e os muitos instrumentos eram figuras do verdadeiro. Neles vemos a sombra de Cristo – Sua pessoa e Sua obra.

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