Os dois livros de Reis,
como os de Samuel, formaram originalmente um único volume. Começando com o
reinado de retidão, paz e glória de Salomão, eles terminam com Israel em
cativeiro e tudo em ruína. Nos reis, como nos livros de Samuel, temos o homem
em responsabilidade. Infelizmente, descobrimos que o próprio Salomão – mais
abençoado por Jeová do que qualquer outro em sabedoria, glória e riqueza – planta
as sementes da ruína. “E o rei Salomão amou muitas mulheres estranhas... no tempo da velhice de Salomão, suas
mulheres lhe perverteram o seu coração para seguir outros deuses” (1
Rs 11:1, 4). Não é até Josias, um dos últimos reis de Judá, que os altos
edificados por Salomão são destruídos (2 Rs 23:13).
Jeová implorou ao Seu
povo, tratando com eles pacientemente, com misericórdia. Embora haja períodos
de reavivamento e exemplos de fé individual, os chamados são ignorados. “E o
Senhor, Deus de seus pais, lhes enviou a
Sua Palavra pelos Seus mensageiros, madrugando, e enviando-lhos; porque Se compadeceu do Seu povo
e da sua habitação. Porém zombaram dos mensageiros de Deus e desprezaram as Suas
Palavras e mofaram dos Seus profetas até que o furor do Senhor subiu tanto,
contra o Seu povo, que mais nenhum
remédio houve” (2 Cr
36:15-16).
Após a morte de
Salomão, o reino foi dividido em dois. Dez tribos foram entregues nas mãos de Jeroboão,
um encarregado sobre a casa de José (1 Rs 11:28), enquanto Roboão, filho de
Salomão, ficou com apenas duas tribos, Judá e Benjamim. A partir de então,
existem dois reinos (a serem unidos novamente em um dia futuro sob Cristo, o Rei).
As dez tribos do norte são coletivamente chamadas Israel, ou algumas vezes
Efraim (particularmente pelos profetas), enquanto Judá e Benjamin são
conhecidos simplesmente como Judá – sendo poucos os números de Benjamin. Os
sacerdotes e levitas se uniram a Judá (2 Cr 11:13-14). Onri, pai de Acabe – rei
de Israel – estabeleceu sua capital em Samaria, conectando para sempre esse
nome ao reino do norte (1 Rs 16:24).
Temendo que o povo
voltasse a Jerusalém para sacrificar, Jeroboão estabeleceu uma religião falsa (1
Rs 12:25-33). Fazendo dois bezerros de ouro, ele colocou um na cidade de Betel,
no Sul, e o outro em Dã, no Norte, declarando: “vês aqui teus deuses, ó
Israel, que te fizeram subir da terra do Egito” (1 Rs 12:28). Completada
com sacerdotes (das mais baixas classes de pessoas), dias santos e sacrifícios
– todos concebidos por seu próprio coração –, essa religião falsificada
substituiu a verdadeira. Israel nunca se afastou dessa posição, caminhando nos
pecados de Jeroboão e nunca se afastando deles (2 Rs 17:22).
Do décimo segundo
capítulo de Primeiro de Reis ao primeiro capítulo de Segundo de Reis, temos o
ministério do profeta Elias, e, do segundo ao décimo terceiro capítulo, temos o
de Eliseu. Milagres foram realizados (especialmente reservados a Israel) que
não eram vistos desde o dia de Moisés. A apostasia de Israel culmina com o fato
de serem capturados pelos assírios (o rei do Norte, a vara da ira de Deus) no
capítulo 17 de Segundo Reis. Os assírios substituíram as pessoas deslocadas por
homens de outras terras; estes ficaram conhecidos como samaritanos.
Até este ponto, o livro
de Reis tem se ocupado principalmente com a história de Israel. Agora, com as
dez tribos em cativeiro, os dias finais da história de Judá são retomados.
Embora houvesse reis de Judá que fizeram “o que era reto aos olhos do Senhor”,
como nação, eles falharam em atender à advertência do cativeiro de Israel e
abandonaram o Senhor, caindo no mesmo pecado de idolatria (Jr 3:8). Os profetas
Oseias, Isaías, Miqueias, Habacuque, Sofonias, Jeremias e Ezequiel, todos
viveram e profetizaram durante esse período. O templo de Salomão é gradualmente
despojado de sua glória. Nos dias de Ezequiel, encontramos suas paredes internas
cobertas de imagens que retratam coisas rastejantes, bestas abomináveis e os
ídolos de Israel (Ez 8:10).
O Segundo livro de Reis
conclui com o cativeiro de Judá sob os caldeus. A sentença de Deus, da qual
eles foram avisados pelo profeta Oseias, é cumprida: “Põe-lhe o nome de
Lo-Ami: porque vós não sois Meu povo, nem Eu serei vosso Deus” (Os 1:9). Embora os homens
possam zombar, há um dia designado “em que com justiça há de julgar o mundo,
por meio do Varão que destinou” (At 17:31).
Aprendendo um pouco, graças ao Senhor.
ResponderExcluir