sexta-feira, 1 de maio de 2020

Primeiro e Segundo Livros de Reis

Os dois livros de Reis, como os de Samuel, formaram originalmente um único volume. Começando com o reinado de retidão, paz e glória de Salomão, eles terminam com Israel em cativeiro e tudo em ruína. Nos reis, como nos livros de Samuel, temos o homem em responsabilidade. Infelizmente, descobrimos que o próprio Salomão – mais abençoado por Jeová do que qualquer outro em sabedoria, glória e riqueza – planta as sementes da ruína. “E o rei Salomão amou muitas mulheres estranhas... no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o seu coração para seguir outros deuses” (1 Rs 11:1, 4). Não é até Josias, um dos últimos reis de Judá, que os altos edificados por Salomão são destruídos (2 Rs 23:13).
Jeová implorou ao Seu povo, tratando com eles pacientemente,  com misericórdia. Embora haja períodos de reavivamento e exemplos de fé individual, os chamados são ignorados. “E o Senhor, Deus de seus pais, lhes enviou a Sua Palavra pelos Seus mensageiros, madrugando, e enviando-lhos; porque Se compadeceu do Seu povo e da sua habitação. Porém zombaram dos mensageiros de Deus e desprezaram as Suas Palavras e mofaram dos Seus profetas até que o furor do Senhor subiu tanto, contra o Seu povo, que mais nenhum remédio houve (2 Cr 36:15-16).
Após a morte de Salomão, o reino foi dividido em dois. Dez tribos foram entregues nas mãos de Jeroboão, um encarregado sobre a casa de José (1 Rs 11:28), enquanto Roboão, filho de Salomão, ficou com apenas duas tribos, Judá e Benjamim. A partir de então, existem dois reinos (a serem unidos novamente em um dia futuro sob Cristo, o Rei). As dez tribos do norte são coletivamente chamadas Israel, ou algumas vezes Efraim (particularmente pelos profetas), enquanto Judá e Benjamin são conhecidos simplesmente como Judá – sendo poucos os números de Benjamin. Os sacerdotes e levitas se uniram a Judá (2 Cr 11:13-14). Onri, pai de Acabe – rei de Israel – estabeleceu sua capital em Samaria, conectando para sempre esse nome ao reino do norte (1 Rs 16:24).
Temendo que o povo voltasse a Jerusalém para sacrificar, Jeroboão estabeleceu uma religião falsa (1 Rs 12:25-33). Fazendo dois bezerros de ouro, ele colocou um na cidade de Betel, no Sul, e o outro em Dã, no Norte, declarando: “vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito” (1 Rs 12:28). Completada com sacerdotes (das mais baixas classes de pessoas), dias santos e sacrifícios – todos concebidos por seu próprio coração –, essa religião falsificada substituiu a verdadeira. Israel nunca se afastou dessa posição, caminhando nos pecados de Jeroboão e nunca se afastando deles (2 Rs 17:22).
Do décimo segundo capítulo de Primeiro de Reis ao primeiro capítulo de Segundo de Reis, temos o ministério do profeta Elias, e, do segundo ao décimo terceiro capítulo, temos o de Eliseu. Milagres foram realizados (especialmente reservados a Israel) que não eram vistos desde o dia de Moisés. A apostasia de Israel culmina com o fato de serem capturados pelos assírios (o rei do Norte, a vara da ira de Deus) no capítulo 17 de Segundo Reis. Os assírios substituíram as pessoas deslocadas por homens de outras terras; estes ficaram conhecidos como samaritanos.
Até este ponto, o livro de Reis tem se ocupado principalmente com a história de Israel. Agora, com as dez tribos em cativeiro, os dias finais da história de Judá são retomados. Embora houvesse reis de Judá que fizeram “o que era reto aos olhos do Senhor”, como nação, eles falharam em atender à advertência do cativeiro de Israel e abandonaram o Senhor, caindo no mesmo pecado de idolatria (Jr 3:8). Os profetas Oseias, Isaías, Miqueias, Habacuque, Sofonias, Jeremias e Ezequiel, todos viveram e profetizaram durante esse período. O templo de Salomão é gradualmente despojado de sua glória. Nos dias de Ezequiel, encontramos suas paredes internas cobertas de imagens que retratam coisas rastejantes, bestas abomináveis e os ídolos de Israel (Ez 8:10).
O Segundo livro de Reis conclui com o cativeiro de Judá sob os caldeus. A sentença de Deus, da qual eles foram avisados pelo profeta Oseias, é cumprida: “Põe-lhe o nome de Lo-Ami: porque vós não sois Meu povo, nem Eu serei vosso Deus (Os 1:9). Embora os homens possam zombar, há um dia designado “em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do Varão que destinou” (At 17:31).

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