sexta-feira, 1 de maio de 2020

Gálatas

Paulo dirige esta carta “às igrejas da Galácia” (Gl 1:2), uma província central da Ásia Menor. Sabemos, segundo o livro de Atos, que Paulo viajou duas vezes por essa região, em sua segunda jornada (At 16:6) e novamente em sua terceira (At 18:23). Os gálatas eram principalmente gentios, nunca estiveram sob a lei, e foram trazidos para o conhecimento de Deus pela pregação do evangelho.
A epístola aos Gálatas é curta e vai direto ao ponto. O assunto é o mais crítico, a corrupção do evangelho da graça de Deus. Havia aqueles que procurariam misturar o judaísmo com o Cristianismo. O judaísmo era terrenal em caráter, adaptado ao homem na carne. Cristianismo é celestial em caráter e põe totalmente de lado o homem na carne.
Em particular, havia aqueles que questionavam o apostolado de Paulo. Afinal, ele não tinha recebido suas credenciais daqueles em Jerusalém (centro terreno do judaísmo). No entanto, ao rejeitarem Paulo, rejeitaram o evangelho recebido pela revelação de Jesus Cristo (Gl 1:12); sua fonte era celestial. Em segundo lugar, eles procuraram colocar os crentes gálatas sob a lei, observando dias, meses, épocas e anos (Gl 4:10), até mesmo insistindo sobre a circuncisão. Havia uma rejeição em ser um gentio crente, a não ser que você fosse circuncidado na maneira do judeu religioso (Gl 6:12).

Esboço

A breve introdução de cinco versos no capítulo 1 é a chave para todo o livro. “Graça e paz da parte de Deus Pai e da de nosso Senhor Jesus Cristo. O qual Se deu a Si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai” (Gl 1:3-4). Fomos libertados deste presente mundo mau; qualquer ensinamento que nos traga de volta a essa esfera é uma corrupção do evangelho.
Os dois primeiros capítulos abordam o tema do apostolado de Paulo (recebido muito além dos proeminentes em Jerusalém) e seu chamado especial como o apóstolo dos gentios (Gl 2:7). No terceiro capítulo temos a lei contrastada com graça e promessa. A lei, vindo entre a promessa (Gn 12:3) e Cristo, de forma alguma anulou a promessa. A fé e a bênção vão de mãos dadas, assim como a lei e a maldição (Gl 3:10, 14). O quarto capítulo contrasta a condição legal de Israel sob a lei com os santos sob a graça e Cristo. Deus enviou Seu filho para redimir os que estão sob a lei, para que pudéssemos receber filiação (Gl 4:4-5).
O contraste entre o espírito e a carne é o tema do quinto capítulo. A liberdade que desfrutamos não nos dá licença para pecar. Reconhecendo isso, nossa tendência natural é procurar conter a carne colocando-a sob a lei. Se a lei pudesse conter a carne, então não haveria necessidade de graça (Gl 5:4). Pelo contrário, nos é dito “andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5:16). Independentemente da dispensação, o princípio solene permanece: “Não vos enganeis; Deus não Se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6:7-8 – AIBB).
O sexto capítulo apresenta princípios práticos em que devemos continuar juntos. No Cristianismo é a lei de Cristo: “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6:2). Quanto à circuncisão, eles não deveriam incomodá-lo; o apóstolo trazia em seu corpo as marcas do Senhor Jesus – cicatrizes físicas recebidas por causa de sua fidelidade (Gl 6:17).

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