sexta-feira, 1 de maio de 2020

Gênesis

Gênesis, o primeiro livro da lei de Moisés, é o livro dos princípios. O título vem da palavra grega “genesis”, que significa “a fonte ou a origem” e é tirado da Septuaginta. Em Hebraico, o título vem da primeira frase do texto bíblico: “no princípio”. O tempo coberto por este livro, excluindo o período deixado não especificado nos dois primeiros versículos, é de cerca de 2.316 anos. Isso excede o período total coberto pela porção restante da Escritura do Velho Testamento quanto ao coberto pelo Novo Testamento.
O livro pode ser dividido em cinco períodos distintos:
  • no início (cap. 1:1-2).
  • da criação adâmica à queda (caps. 1:3-3:24).
  • da queda ao dilúvio (caps. 4-7).
  • do dilúvio à chamada de Abraão (caps. 8-11).
  • a vida de Abraão, Isaque, Jacó e José (caps. 12-50).
Gênesis 1:2 nos diz que a Terra era “sem forma [assolada – JND] e vazia”, e ainda em Isaías 45:18 encontramos: “não a criando para ser um caos” (AIBB) – exatamente a mesma palavra no original como a encontrada em Gênesis 1:2 (o único outro uso desta palavra é encontrado em Jeremias 4:23). O tempo que transcorreu a partir da criação dos céus e da Terra até que encontremos assolação e caos não é especificado, e nem nos é dito o que aconteceu durante esse tempo – embora saibamos que os anjos de Deus rejubilaram quando a pedra de esquina foi colocada (Jó 38:6-7).
Nas páginas desse livro, encontramos todos os grandes princípios do relacionamento de Deus com o homem (sem introduzir redenção, a qual forma um povo para Deus e uma morada para Deus no homem). Aqui estão os grandes fundamentos para o restante da Escritura. Não é de se admirar que Satanás tente minar o conteúdo deste livro, lançando dúvidas sobre sua autenticidade.
Um esboço geral pode ser dado:
  • a criação (caps. 1-2);
  • Satanás (cap. 3);
  • a queda (cap. 3);
  • a promessa à serpente sobre a Semente de Deus (cap. 3:15);
  • a introdução do sacrifício (caps. 3:21 e 4);
  • a nossa esperança celestial prefigurada em Enoque (cap. 5:21-24), enquanto o remanescente judeu é visto em Noé (caps. 6-8);
  • o julgamento do mundo (caps. 6-8);
  • o governo introduzido como um golpe sobre o mal (cap. 9);
  • as nações do mundo com sua independência simbolizadas em Ninrode (caps. 10-11);
  • a chamada e a vida de Abraão, uma vida de fé (caps. 12-25);
  • o filho da promessa, Isaque, uma figura de Cristo (cap. 21-28), com a ressurreição prefigurada em Isaque (cap. 22);
  • um povo celestial retratado em Isaque, “multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus” (cap. 26:4);
  • a Igreja, a noiva, representada em Rebeca (cap. 24);
  • o povo terrestre de Deus é visto em Jacó, “a tua semente será como o pó da Terra” (cap. 28);
  • Cristo é retratado em José, e a restauração de Israel é prenunciada em Seus tratamentos com os irmãos de José (caps. 37-45);
  • Israel (Jacó) e sua família vão para o Egito e habitam na terra de Gósen (caps. 46-50);
  • as profecias a respeito de Israel (caps. 48-49);
  • o enterro de Jacó, e a morte de José (cap. 50).
Se considerarmos as idades dos Patriarcas, encontraremos alguns pontos interessantes para nossa consideração. Adão viveu 930 anos (Gn 5:5). Durante sua vida, ele teria tido oportunidade de compartilhar com Enoque, Matusalém e Lameque. Noé, o filho de Lameque e um contemporâneo de Matusalém, viveu por 950 anos, 350 anos dos quais após o dilúvio (Gn 9:28-29). Durante este período, ele pode ter falado com Naor e Terá, o avô e o pai de Abraão. A vida de Sem, filho de Noé, se estendeu até os dias de Abraão e Isaque.
Foi por relato de testemunhas oculares que o conhecimento de Deus, de Sua criação, a queda, Seu remédio para a queda e Seu julgamento, foram passados para adiante. Quão solene, então, quando lemos no livro de Romanos: Porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu... Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem [têm comum deleite – JND] aos que as fazem” (Rm 1:21, 32).

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