sexta-feira, 1 de maio de 2020

Cantares de Salomão

Dos 1.005 cânticos de Salomão (1 Rs 4:32), apenas um é encontrado no cânone da Escritura – o livro de Cantares –, como o livro se denomina (Ct 1:1). Cantares é um diálogo entre a esposa e o rei, embora as filhas de Jerusalém também possam ser ouvidas. O Rei sem dúvida é Cristo, aqu’Ele que reinará em Sião. A esposa não é a Igreja, mas o remanescente judeu, enquanto as filhas de Jerusalém são os fiéis de Israel. “E acontecerá naquele dia, diz o Senhor, que Me chamarás: meu marido; e não Me chamarás mais: meu Baal. [Baali – JND – meu Senhor, ou seja meu Mestre] ... E desposar-te-ei Comigo para sempre: desposar-te-ei Comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias (Os 2:16, 19).
O cântico é progressivo. Registra o relacionamento e a antecipação do amor entre a esposa e o rei. Por outro lado, existe uma percepção atual de relação para o Cristão. No entanto, se o livro for corretamente aplicado, podemos ver princípios em comum com o trato de Deus com cada um de nós. Cristo ama Sua assembleia, ama Seu povo terreno, ama a alma que Ele atrai para Si mesmo, para que exista uma aplicação moral para nós mesmos que é muito preciosa[1].
Uma ajuda útil no entendimento deste livro é marcar os versos de acordo com seu orador – o Concise Bible Dictionary contém tal resumo. Em muitos casos, essas divisões são discernidas pela entonação no hebraico original, uma língua flexionada por gênero.
O cântico pode ser dividido em seis seções: A Certeza do Amor (caps. 1:2-2:7), O Despertar do Amor (caps. 2:8-3:5), A Comunhão do Amor (caps. 3:6-5:1), A Restauração do Amor (caps. 5:2-6:12), O Testemunho do Amor (caps. 6:13-8:4) e O Triunfo do Amor (cap. 8:5-8:14).
É bonito ver o progresso nos pensamentos da esposa. No início, governado por suas próprias afeições, ela exclama: “meu amado é meu, e eu sou dele” (Ct 2:16). No entanto, o Senhor quer que conheçamos mais d’Ele e a Sua obra em nossa vida é contínua. A próxima vez que o pensamento é expresso, as afeições do rei precedem a própria afeição dela: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu” (Ct 6:3). Finalmente, com o seu coração cheio do amor de seu amado para com ela, não há expressão do seu próprio afeto, é tudo Cristo: “Eu sou do meu amado, e ele me tem afeição” (Ct 7:10).




[1] N. do A.: Sinopses de J. N. Darby, Cantares.

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