sexta-feira, 1 de maio de 2020

Zacarias

Embora ambos, Ageu e Zacarias, tenham profetizado no segundo ano de Dario (Ed 5:1; Ag 1:1; Zc 1:1), o foco de Ageu é o templo e sua reconstrução, enquanto a mensagem de Zacarias é mais ampla tanto no escopo quanto no tempo. Zacarias está ocupado com Jerusalém e sua história do cativeiro nos últimos dias.
Deus é zeloso para com Jerusalém e Sião com um grande zelo e Ele está gravemente indignado com os pagãos (Zc 1:14-15). Ele executou Seu governo sobre Israel por meio dos gentios, mas cada nação tem ofendido e deve ser julgada (Zc 1:18-21) – Babilônia (já caída naquela época), Pérsia, Grécia (Zc 9:13) e Roma.
O templo estava sendo reconstruído e, sob Neemias, as muralhas de Jerusalém seriam restauradas (ver Zacarias 2:5). Todos, no entanto, precursores de uma melhor libertação; a restauração daquela cidade em um dia futuro será gloriosa (cap. 2). Zacarias levanta os olhos do remanescente frágil, estabelecendo sua esperança em Jeová – que encorajamento! Nós também estamos olhando para além desta cena, para a “bendita esperança, e a Aparição da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tt 2:13 – JND).
Nos capítulos 2-6 temos visões distintas que descrevem o restabelecimento de Jerusalém (cap. 2), a purificação do povo (cap. 3), a perfeição dessa futura administração (cap. 4), o julgamento dos ímpios e da impiedade (cap. 5), e o providencial governo de Deus exercido por intermédio das quatro nações gentias sucessivas, trazendo-nos a Cristo, o Renovo, que construirá o templo e governará em justiça (cap. 6).
O capítulo 7 começa de outra maneira; é agora o quarto ano do rei Dario. No restante do livro, temos o Messias e as consequências de Sua rejeição. Judá está disperso porque se recusou a ouvir (cap. 7), mas Jeová voltará (cap. 8) e habitará no meio de Jerusalém, “e serão o Meu povo, e Eu serei o seu Deus, em verdade e em justiça” (Zc 8:8).
Nos capítulos 9-10, a vingança de Deus é derramada sobre as nações. O Messias está aqui introduzido, não no poder, mas como O humilde – “eis que o teu Rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta” (Zc 9:9). Não reconhecido, Ele é rejeitado pela nação. “Ele não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para Ele, nenhuma beleza víamos, para que O desejássemos (Is 53:2). No entanto, Ele cumprirá Suas reivindicações por meio do julgamento. Ele trará paz a Israel – tanto Judá quanto José (Zc 10:6) – cuja base deve ser o concerto de sangue (Zc 9:11).
Tendo rejeitado o Messias, os judeus receberão outro que virá em seu próprio nome (Jo 5:43), o anticristo, o pastor insensato e inútil (Zc 11:15-17). Enquanto a nação avaliou o verdadeiro Pastor em apenas trinta moedas de prata, o fiel remanescente (os pobres do rebanho) observa e vê que tudo está de acordo com a Palavra do Senhor (Zc 11:11-12).
O tema do anticristo e seu julgamento (Zc 11:17) introduz os tempos do fim. As nações cercarão Jerusalém por um tempo, apenas para serem destruídas (cap. 12). Judá verá aqu’Ele a Quem traspassou e se encherão de grande tristeza (Zc 12:10). Tudo será purificado e os falsos profetas e os ídolos removidos (Zc 13:1-4).
Cristo era o Profeta (Dt 18:15) – em contraste com os falsos profetas – mas foi rejeitado. Ele Se tornou um Servo do homem (Zc 13:5), mas foi ferido na casa de Seus amados amigos (Zc 13:6). No entanto, este Homem humilde, ferido de Deus, não é outro senão o Companheiro de Jeová, perfeito em expiação, perfeito em empatia (Zc 13:7). O julgamento de Judá será severo; uma terça parte será trazida através do fogo (Zc 13:9).
O capítulo 14 leva-nos de volta a Jerusalém e ao dia do Senhor. Deus reunirá todas as nações contra Jerusalém e a cidade será tomada (Zc 14:2) – este é o primeiro cerco, o flagelo transbordante (Is 28:15 – AIBB). Jeová virá adiante para lutar e libertar Jerusalém; Ele vai Se levantar sobre o Monte das Oliveiras, e este será fendido em dois (Zc 14:4). Pragas irão ferir as nações (Zc 14:12). Embora eles se reúnam pela segunda vez, recorrerão a brigas internas, matando uns aos outros, com Judá se juntando à luta (Zc 14:13-14).
“E o Senhor será Rei sobre toda a Terra: naquele dia um será o Senhor, e um será o Seu Nome” (Zc 14:9). Aqueles que permanecerem das nações irão até Jerusalém “de ano em ano para adorarem o Rei, o Senhor dos exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos” (Zc 14:16 – AIBB).

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