sexta-feira, 1 de maio de 2020

Números

O título hebraico deste livro, “no deserto”, resume apropriadamente seu conteúdo histórico. O livro nos leva do Monte Sinai para as planícies de Moabe, junto ao rio Jordão. Serviço e caminhada caracterizam Números. É importante notar que a adoração (Levítico) segue a redenção (Êxodo) e deve ter seu devido lugar antes do serviço.
As seguintes divisões podem ser observadas: arranjos para a partida do Sinai (caps. 1-9); a jornada do Sinai para Cades-Barneia, nas fronteiras de Canaã (caps. 10-12); os 12 espias vasculham a terra (cap. 13); apostasia – “Levantemos um capitão, e voltemos ao Egito” (cap. 14); Os propósitos de Deus para o seu povo – Canaã, não o deserto, devem ser a esperança deles (cap. 15); em 38 anos de peregrinação os propósitos de Deus permanecem inalterados (caps. 16-19); segunda chegada a Cades-Barneia, e sua jornada de lá para as planícies de Moabe (caps. 20-36). O capítulo 33 nos dá um resumo de seus acampamentos, com a primeira estada em Cades-Barneia visível pela sua ausência.
Pela incredulidade, todos aqueles acima dos vinte anos de idade entre a nação de Israel pereceram no deserto, exceto Josué e Calebe (Nm 14:29-30). Apenas esses dois homens fiéis, contados entre os doze espias, insistiram por Jeová e a Sua verdade.
Embora estivessem no deserto, a terra prometida deveria sempre estar diante dos filhos de Israel. Uma fita azul devia guarnecer as bordas de suas vestes (Nm 15:38), como deveria ser guarnecida, figurativamente, as nossas, lembrando-nos que somos um povo celestial. Deus não nos queria no Egito – no mundo. Ele também não nos queria no deserto – o mundo visto com os olhos da fé.
Os filhos de Israel entraram no Mar Vermelho e saíram do Jordão (Êx 14:22; Js 4:16-18). Nada se fala deles saindo do Mar Vermelho ou entrando no Jordão. Suas andanças no deserto não eram o caminho da fé.
É triste ver no final da jornada que alguns ainda não desejavam entrar na terra: “Disseram mais: Se achamos graça aos teus olhos, dê-se esta terra aos teus servos em possessão; e não nos faças passar o Jordão” (Nm 32:5). Por outro lado, é bonito ver o desejo do coração das filhas de Zelofeade (cap. 27). Elas não desprezaram a terra agradável, ao contrário, reivindicaram a porção de seu pai e Deus honrou a fé delas.

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