A epístola de Paulo a
Tito, como a de Timóteo, é endereçada a um indivíduo. Em todas as três o
assunto é ordem piedosa. Da mesma forma, cada uma traz diante de nós um Deus
Salvador. No entanto, enquanto as epístolas a Timóteo estão ocupadas com a
manutenção da sã doutrina e da condição interna da assembleia, a Epístola a
Tito está preocupada com o que é externo – nossa conduta como vista pelo mundo.
Paulo havia deixado Tito na ilha de Creta para colocar em ordem as coisas que
permaneceram e estabelecer anciãos em cada cidade (Tt 1:5). Como povo, os cretenses
eram conhecidos por seu comportamento indisciplinado, um fato atestado por um
de seus próprios poetas (Tt 1:12).
Esboço
“Paulo, servo de Deus,
e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento
da verdade, que é segundo a piedade, em esperança da vida eterna, a qual Deus,
que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos”
(Tt 1:1-2). Um verdadeiro Cristão não é um membro de uma religião; é um dos
eleitos de Deus. Seu andar é para ser um reconhecimento aberto da verdade; ele
vive na esperança da vida eterna, uma vida que nos leva para além deste mundo.
No capítulo 1, Tito (em
contraste com Timóteo) é explicitamente encarregado de estabelecer anciãos (bispos;
v. 7) em cada cidade. As características apropriadas desses anciãos são dadas a
Tito (Tt 1:6-9). Era importante que um bispo pudesse, por meio da sã doutrina,
exortar e convencer os opositores. Havia muitos faladores indisciplinados e
vaidosos, enganadores, particularmente entre os judeus, que subvertiam o povo,
ensinando coisas que não deveriam, para obter lucro (Tt 1:10-11).
No segundo capítulo,
temos a nossa conduta em relacionamentos pessoais: os homens idosos, as
mulheres idosas, as mulheres jovens, e os homens jovens para os quais Tito era para
ser um padrão. Servos (escravos) são exortados “para que em tudo sejam
ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador” (Tt 2:10).
É a graça que salva que
fornece a base para a caminhada Cristã, não a lei. Além disso, sabemos que o
próprio Cristo aparecerá em toda a Sua glória – o nosso Salvador “o qual Se
deu a Si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para Si
um povo Seu especial, zeloso de boas obras” (Tt 2:13-14). Nesses versículos
temos o fundamento, o andar e a esperança de cada crente (Tt 2:11-14).
No capítulo 3, temos o
comportamento do Cristão neste mundo, especialmente diante dos que estão revestidos
de autoridade (Tt 3:1). Não deviam falar mal de qualquer homem, nem ser contenciosos,
mas polidos, mostrando mansidão. Eles haviam sido salvos do que caracteristicamente eram, não por causa de suas próprias obras de retidão, mas por meio da
bondade e do amor de um Deus Salvador. Devemos agir em relação aos outros, como
Deus agiu em relação a nós. O Cristão tem uma nova vida que age no poder do
Espírito Santo (Tt 3:2-7).
Questões loucas,
genealogias, contendas e debates a respeito da lei deveriam ser evitados como
coisas inúteis e vãs (Tt 3:9). Quando um homem escolhe suas próprias opiniões em
vez da Palavra da verdade, causando divisão, é um herético e deve ser rejeitado
após uma primeira e segunda admoestação (Tt 3:10).
Não era a intenção do apóstolo
que Tito devesse permanecer em Creta. Paulo enviaria Ártemas ou Tíquico, quando
ele viesse se encontrar com Paulo em Nicópolis.
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