Dos 1.005 cânticos de
Salomão (1 Rs 4:32), apenas um é encontrado no cânone da Escritura – o livro de
Cantares –, como o livro se denomina (Ct 1:1). Cantares é um diálogo entre a
esposa e o rei, embora as filhas de Jerusalém também possam ser ouvidas. O Rei sem
dúvida é Cristo, aqu’Ele que reinará em Sião. A esposa não é a Igreja, mas o remanescente
judeu, enquanto as filhas de Jerusalém são os fiéis de Israel. “E acontecerá
naquele dia, diz o Senhor, que Me
chamarás: meu marido; e não Me
chamarás mais: meu Baal. [Baali – JND – meu Senhor, ou seja meu Mestre] ... E desposar-te-ei Comigo para sempre:
desposar-te-ei Comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em
misericórdias” (Os 2:16,
19).
O cântico é progressivo.
Registra o relacionamento e a antecipação do amor entre a esposa e o rei. Por
outro lado, existe uma percepção atual de relação para o Cristão. No entanto,
se o livro for corretamente aplicado, podemos ver princípios em comum com o
trato de Deus com cada um de nós. Cristo ama Sua assembleia, ama Seu povo
terreno, ama a alma que Ele atrai para Si mesmo, para que exista uma aplicação
moral para nós mesmos que é muito preciosa[1].
Uma ajuda útil no entendimento
deste livro é marcar os versos de acordo com seu orador – o Concise Bible Dictionary
contém tal resumo. Em muitos casos, essas divisões são discernidas pela entonação
no hebraico original, uma língua flexionada por gênero.
O cântico pode ser
dividido em seis seções: A Certeza do Amor (caps. 1:2-2:7), O Despertar
do Amor (caps. 2:8-3:5), A Comunhão do Amor (caps. 3:6-5:1), A Restauração
do Amor (caps. 5:2-6:12), O Testemunho do Amor (caps. 6:13-8:4) e O
Triunfo do Amor (cap. 8:5-8:14).
É bonito ver o
progresso nos pensamentos da esposa. No início, governado por suas próprias
afeições, ela exclama: “meu amado é meu, e eu sou dele” (Ct 2:16). No
entanto, o Senhor quer que conheçamos mais d’Ele e a Sua obra em nossa vida é
contínua. A próxima vez que o pensamento é expresso, as afeições do rei precedem
a própria afeição dela: “Eu sou
do meu amado, e o meu amado é
meu” (Ct 6:3). Finalmente, com o seu coração cheio do amor de seu amado
para com ela, não há expressão do seu próprio afeto, é tudo Cristo: “Eu sou do meu amado, e ele me tem
afeição” (Ct 7:10).
[1] N. do
A.: Sinopses de J. N. Darby, Cantares.
Quão precioso!
ResponderExcluir